Remédios interferem nos exames?
Sim. Principalmente os antibióticos e antiinflamatórios, que interferem por exemplo nos testes de coagulação do sangue. Portanto, sempre devem ser comunicados ao atendente quais são os medicamentos em uso. O paciente não deve interromper o uso de nenhum medicamento para coleta de exames, exceto por orientação médica. Quando não é possível a suspensão temporária dos remédios, cabe ao médico interpretar a interferência que os mesmos podem exercer sobre os resultados obtidos.
O uso de vitaminas influencia os exames laboratoriais?
Sim, elas também podem interferir de forma sutil em alguns exames, entretanto, não é necessário interromper seu uso para realizar exames laboratoriais, exceto, se por orientação médica.
Exames podem ser feitos quando estamos com resfriado, gripe e/ou febre?
Sim. Na verdade, vários exames são solicitados justamente nestes casos. Porém, quando são solicitados apenas exames de rotina, convém aguardar a melhora da gripe/resfriado, pois pode ocorrer interferência em certos exames metabólicos e imunológicos.
A menstruação pode interferir em algum exame?
Sim. Exames como Urina I e Papanicolaou devem ser colhidos preferencialmente fora do período menstrual. Além disso, alguns hormônios devem ser dosados levando-se em conta em qual dia do ciclo menstrual encontra-se a paciente (ex: LH, FSH, Estradiol e Progesterona).
Pode-se realizar esforços físicos antes de colher exames?
Sim, porém, em determinados exames (ex: glicose, hemoglobinúria) o exercício físico em excesso vai originar resultados ligeiramente diferentes daqueles encontrados nas condições “basais”, nas quais se baseiam os valores de referência encontrados nos laudos. Por isso, idealmente os exames devem ser realizados em condições normais. Se não for possível, o médico deve ser avisado que os exames foram realizados após esforço físico.
Consumo de bebida alcoólica X Exames... pode?
Não. Recomenda-se não consumir álcool nos três dias que antecedem os exames, em especial quando for solicitado dosagem de Triglicerídeos e Colesterol, cujos valores são “aumentados” pelo álcool.
Quando um exame exige jejum, pode-se ingerir normalmente água?
Sim. A água não “quebra” jejum. Porém, deve-se manter a ingestão habitual de água, sem excesso ou escassez, pois a água é diretamente relacionada com a densidade urinária, item avaliado durante exames de urina.
É necessário jejum para todos os exames de sangue?
Não. Vários exames dispensam a necessidade de jejum (ex: hemograma).
O que é “dieta habitual”?
Corresponde à alimentação normal que o indivíduo possui no dia-a-dia, ou seja, não deve-se alterar o tipo de alimentos que normalmente são ingeridos.
Exames que exigem jejum devem sempre ser coletados no período da manhã?
Não. Dependendo do exame, e desde que o período de jejum seja respeitado, não importa o horário da coleta, e por isso, podem ser colhidos inclusive a tarde. O que ocorre é que colhendo os exames pela manhã, a maior parte do período de jejum “cai” durante o período da madrugada, enquanto se está dormindo e em que normalmente não há alimentação.
Qualquer exame de sangue pode ser coletado no período da tarde?
Alguns não podem, como é o caso das dosagens de ferro, cortisol, e ACTH. Exames como estes devem ser realizados obrigatoriamente na parte da manhã. Isto ocorre porque é durante este período do dia que estas substâncias atingem suas maiores concentrações no sangue (ritmo circadiano).
Para vários exames de imagem utiliza-se a administração de “contrastes”, eles podem interferir nos exames?
Sim. O ideal é colher os exames antes do uso de contrastes, ou após 48 horas do seu uso.
A urina para exame sempre tem que ser a primeira da manhã?
Não. Os exames de urina podem ser realizados em qualquer amostra de urina, dependendo do que o médico quer avaliar, mas de uma maneira geral, sugere-se que o paciente colha a amostra após pelo menos três horas sem urinar. Os laboratórios costumam recomendar a primeira urina da manhã, pelo fato dela representar a urina filtrada num período médio de 7 horas, o que a torna mais representativa.
Colher exame de sangue dói?
Normalmente não, pois a única sensação é a da picada da agulha na pele, o que dura menos de um segundo. Mas depende muito da sensibilidade individual de cada paciente, bem como da destreza do atendente no momento específico de cada coleta.
Após a coleta, o local da pele fica roxo, por quê? O que fazer quando isso ocorre?
Ocorre devido ao extravasamento de sangue pelo minúsculo orifício criado pela agulha na veia, ocorrendo então um hematoma. Na maior parte das coletas não ocorre formação de hematoma, mas sua ocorrência é normal e está relacionada com diversos fatores: veias finas ou delicadas, veias com pressão interna alta, falta de compressão adequada no local após a coleta, uso de medicamentos que alteram a coagulação do sangue (ex: AAS/Aspirina®), técnica do atendente, movimentação durante o ato de coleta, etc. O paciente sempre deve evitar dobrar o braço ou fazer esforço físico com o mesmo após a coleta. Todo hematoma é naturalmente reabsorvido após um período médio de 3 a 7 dias. Para agilizar seu desaparecimento pode-se tomar algumas medidas: aplicação de gelo local no período logo após a coleta; compressas úmidas quentes a partir de 24 horas após a coleta; e/ou uso de cremes/pomadas específicos que facilitam a reabsorção de hematomas (com orientação médica), nos casos em que se deseja uma resolução mais rápida.
Existe problema em coletar sangue de crianças repetidas vezes?
Isso pode causar anemia? O volume de sangue coletado para exames é pequeno e não é suficiente para gerar anemia. Porém, uma atenção especial é necessária para os bebês, quando submetidos a coletas consecutivas.
Por que na maioria dos exames de urina deve-se desprezar o primeiro jato?
A amostra de urina que o laboratório analisa é aquela armazenada dentro da bexiga, porém, para que a urina saia do corpo, a mesma percorre o caminho da uretra (canal que liga a bexiga ao meio externo). Na uretra existem bactérias e células que “contaminam” a amostra de urina, dificultando sua interpretação por parte do médico. Além disso, em exames de “cultura de urina” essas bactérias podem crescer nos meios utilizados pelo laboratório, dando a falsa impressão de que existe uma infecção de urina, quando na verdade correspondem a bactérias normais encontradas na uretra. Por isso, quando despreza-se o jato inicial, estamos fazendo com que a amostra de urina coletada venha sem contaminação da uretra, que foi previamente “lavada” pelo jato inicial.
Alguma dica para a coleta de exame de fezes?
Existem algumas dicas dependendo da características das fezes a serem coletadas:
Fezes de aspecto normal: Pode-se sentar ao contrário no vaso sanitário (voltado para a parede), fazendo com que as fezes depositem-se na porção emersa interna da louça sanitária, facilitando sua coleta;
Fezes amolecidas/diarréicas: defecar inicialmente em um frasco previamente limpo com água sabão, enxaguado e seco. Depois transferir uma porção para o recipiente fornecido pelo laboratório. Pode-se também solicitar ao atendendo o fornecimento de um recipiente para coleta de urina, que possui maiores dimensões e facilita a coleta deste tipo de amostra.
Fezes de crianças: coletar a amostra da porção emersa interna da louça sanitária, diretamente de fraldas, ou utilizando frasco limpo inicialmente e depois transferir a amostra de fezes para o recipiente fornecido pelo laboratório.
As amostras de fezes são então colocadas dentro de um ou mais sacos plásticos comuns, para isolamento dos odores característicos e encaminhadas ao laboratório ou guardadas em geladeira (na porta) por no máximo 01 dia.
De que maneira poderei retirar os laudos de meus resultados?
Os clientes podem escolher dentre várias opções para receber seus resultados:
Pessoalmente em qualquer uma das Unidades de Atendimento no Vale do Paraíba e Grande São Paulo;
Mediante Terceiro devidamente autorizado;
Via Internet: é necessário cadastro de usuário e senha no momento do atendimento na Recepção;
Via Postal: mediante solicitação os resultados podem ser enviados pelo correio.
Via FAX: neste caso os resultados são enviados somente para os respectivos médicos/clínicas responsáveis pela solicitação dos
exames;
Via Telefone: à semelhança dos resultados Via FAX, os resultados por telefone são fornecidos somente aos médicos/clínicas solicitantes;
Mesmo com um resultado de exame de fezes NEGATIVO posso estar com algum tipo de verminose?
Sim. Para aumentar a chance de encontrar ovos, cistos ou larvas nas fezes, recomenda-se a coleta de três amostras, em dias diferentes, mas ainda assim, o achado das mesmas depende dos ciclos reprodutivos dos parasitas.
No meu resultado de BetaHCG (teste de gravidez) não saiu escrito “positivo” ou “negativo”, e sim um número.... e agora?
A interpretação dos resultados do exame de BetaHCG não é tão simples quanto parece. Por exemplo, um teste “positivo” pode não significar gravidez, assim como uma mulher grávida pode possuir um resultado “negativo”. Isso ocorre porque logo após a fecundação de um óvulo, o ovo se implanta no útero e começa então a estimular a produção do BetaHCG, em quantidades mínimas, que vão dobrando a cada 48horas. Sendo assim, existe um período no qual o ovo já existe, já está em desenvolvimento no útero, mas a concentração de BetaHCG no sangue ainda é indetectável. Apesar das técnicas atuais serem capazes de detectar o BetaHCG mesmo antes de haver o atraso menstrual, valores muito baixos devem ser interpretados com cautela, pois o ovo pode já estar descolando do útero (microaborto) interrompendo a gravidez, mas o BetaHCG continua no sangue por mais 5 dias (em média). De uma maneira geral, valores de BetaHCG superiores a 10mUI/mL podem ser indicativos de gravidez, mas tudo depende do acompanhamento de cada caso. Observando-se em dias diferentes valores cada vez maiores de BetaHCG no sangue, é altamente sugestivo de gravidez. Por outro lado, valores iniciais constantes ou decrescentes devem ser interpretados como duvidosos. Daí a importância dos resultados de BetaHCG serem expressos em número e não apenas como “positivo” ou “negativo”.
Quando meus resultados estão fora dos “valores de referência – VR” impressos no meu laudo, significa que estão alterados?
Nem sempre. Os valores impressos nos laudos são apenas uma referência básica, baseada em literatura ou na média dos resultados encontrados na população geral que freqüenta o laboratório. Cabe ao médico que solicitou o exame interpretar os resultados e correlacioná-los com os dados clínicos de cada paciente. Um exemplo: se num dia você realizou um exame de Colesterol e o resultado obtido foi 180mg/dL e três dias depois obtem-se numa nova coleta um resultado de 190mg/dL, significa que o Colesterol aumentou? Não. Levando em consideração a variação biológica normal (do paciente), bem como o coeficiente de variação analítico (do laboratório), ambos os resultados podem ser considerados como equivalentes. A interpretação de resultados de exames laboratoriais é um Ato Médico.
O exame para HIV pode ser feito sem pedido médico?
Quanto tempo após um contato de risco eu devo fazer o teste? Posso ficar despreocupado(a) se o resultado for “negativo”? Deve-se ter em mente que todo exame laboratorial pertence ao cliente, e portanto, o mesmo tem direito a livre consulta de todo conteúdo contido no laudo, porém, a interpretação dos resultados dos exames cabe ao médico. Particularmente no caso da “sorologia para HIV”, o laboratório só realiza o exame se o cliente estiver com o pedido médico... porque? É a garantia de que, independentemente do resultado obtido no exame, o paciente será devidamente orientado pelo seu médico, evitando assim eventuais angústias geradas pelo estigma que envolve esta doença em especial. O resultado do teste para HIV, assim como outros testes em imunologia, pode ser “falso-positivo” (teste positivo na ausência de doença), “falso-negativo” (teste negativo na presença de doença), bem como “inconclusivo” (quando não pode ser classificdo como positivo nem negativo). Isto torna sua interpretação complexa, na medida em que resultados positivos devem ser confirmados com outras analises, e resultados negativos devem levar em consideração a “janela imunológica”, período no qual o paciente já está infectado pelo HIV, mas ainda não possui anticorpos para que o teste mostre-se positivo. A “janela imunológica” geralmente dura 2 a 4 semanas, mas esse período pode ser em muitos casos superior a 3 meses. Resumindo, no caso deste exame convém que o paciente sempre procure o auxílio de um especialista para o correto diagnóstico de confirmação ou exclusão de infecção pelo HIV.
Meu médico questionou algum item do meu laudo, devo entrar em contato com o Laboratório?
Sim. É muito importante que o Laboratório seja informado sobre quaisquer itens presentes no laudo que, na opinião do médico, estejam em não conformidade com o esperado. Existem inúmeras possibilidades para que um resultado de exame seja discordante da clínica apresentada pelo paciente, como por exemplo, Variação Cronobiológica, fatores Pré-analíticos, Analíticos e Pós-analíticos. O Laboratório irá adotar as medidas pertinentes ao esclarecimento de cada caso.
Posso levar meu animal ao laboratório para realizar a coleta de exames?
Não. As amostras provenientes de grandes e pequenos animais são coletadas em clínicas veterinárias ou em outras dependências por médicos veterinários e posteriormente encaminhadas ao laboratório para análise no setor de Patologia Clínica Veterinária.
Pode-se coletar em casa uma amostra de fezes do animal e encaminhá-la diretamente ao laboratório, para saber se ele possui alguma verminose?
Sim. Desde que o proprietário do animal siga as instruções corretas esse procedimento pode ser feito, porém, ressaltamos a importância de um médico veterinário assessorar a solicitação e interpretação de qualquer exame laboratorial veterinário.
Como é feita a coleta de urina de animais para exame?
Devido à dificuldade em coletar-se a micção natural do animal, o médico veterinário geralmente realiza um cateterismo (introdução de sonda através do uretra até a bexiga) ou uma cistocentese (coleta de urina diretamente da bexiga através de punção com agulha).